25 de nov. de 2011

A vida numa república de estudantes

André e Fábio, moradores da República de Estudantes de Piritiba
Quem pensa que morar numa república de estudantes é pura festa, diversão e alegria, está muito enganado. Apesar da fama de festeiros, os moradores das repúblicas têm que batalhar e serem organizados para conseguir administrar a rotina doméstica (diferente do que estão acostumados) com a rotina de estudante.


Lógico que como em todo lugar, uma república tem suas horas de farra. Mas a vida destes estudantes não é tão fácil quanto se pensa, a maioria deles é do interior e vieram para a capital estudar e trabalhar, construir um futuro. E para isso é fundamental ter uma vida organizada e responsável, dentro e fora da república. 

Quarto das meninas da república estudantil

Uma destas repúblicas é a dos estudantes da cidade de Piritiba, interior da Bahia, a 316 km de Salvador. A casa é simples, de 2 andares, 6 quartos, 2 salas (sala de TV e de jantar), 3 banheiros e abriga 14 estudantes do município.

Entre eles está André Avelino, de 25 anos, estudante do curso de direito da Unijorge, que conseguiu uma bolsa universitária através do Prouni, mas não tinha condições de se manter em Salvador para estudar e, por isso, procurou o auxílio da república.

“A prefeitura de Piritiba é que aluga a casa e a torna uma república. Os estudantes que gostariam de vir entram em contato com a Secretaria Municipal de Educação, se inscrevem, mostrando que não têm condições de se estabelecer em Salvador, que não têm parentes, e assim a prefeitura disponibiliza a moradia e uma parte da alimentação”, afirmou André.
Morando junto aos estudantes, estão as funcionárias da prefeitura de Piritiba Elisângela da Conceição e Dorotéia Ferreira. Ambas são contratadas pela administração municipal para cuidar da limpeza da casa e da alimentação. “Os meninos e meninas são uns doces. Quase não dão trabalho, pois passam o dia todo na faculdade e alguns estagiando. Quando estão em casa, param apenas para comer e estudar”, afirmou Elisângela.

Apesar do comportamento simples dos piritibanos, se tem algo que eles gostam de fazer é comemorar. Então, sempre em datas especiais, aniversários, fim do semestre, ou então na chegada de um novo membro, estão comemorando. “Aqui temos a seguinte regra: todo calouro que chega, ou veterano que vai embora, tem que pagar uma grade de cerveja para a comemoração. Nos juntamos e então fazemos a festa”, afirmou Fabio Ribeiro que, apesar de com seus 28 anos ser o mais velho da turma, é o mais novo na casa.

Fabio fez um curso técnico de administração no interior e depois de um tempo quis se graduar, então veio para Salvador. “Aqui estou me qualificando e as oportunidades também são melhores que no interior. Sinto saudade da minha família e amigos, mas o pessoal da república é bem receptivo e está ajudando a me adaptar”, completou. Veja a localização da residência:

Visualizar República Piritiba em um mapa maior

Ao contrário de Fábio e André, a estudante de fisioterapia da UFBA (4º semestre) Madlene de Oliveira Souza, de 21 anos, não teve a mesma facilidade para vir a Salvador. A cidade do interior onde ela mora não tem república na capital, então ela teve que pedir permissão à prefeitura da cidade vizinha, Canarãna, para ficar na república do município. No ano de 2009 ela veio para Salvador para fazer cursinho e entrou na Ufba no ano seguinte. Em um breve ping-pong, Madlene nos conta como é a rotina da casa, estrutura, limpeza, relacionamento com os companheiros de república.

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